"Não há bons ou maus combates, existe somente o horror ao sofrimento aplicado aos mais fracos, que não podem se defender."

(Brigitte Bardot)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

“Você não encontra paz evitando a vida.”

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“Como mulher eu não possuo país. Como mulher, meu país é o mundo todo.”

“Depender de uma profissão é uma forma menos odiosa de escravidão do que depender de um pai.”

“O sol ainda não nascera.O mar se distinguia do céu, exceto por estar um pouco encrespado, como um tecido que se enrugasse.”

“As histórias que perseguem as pessoas até seus quartos de dormir são difíceis.”

“As mulheres, durante séculos, serviram de espelho aos homens por possuírem o poder mágico e delicioso de refletirem uma imagem do homem duas vezes maior que o natural.”

“Escrever é que é o verdadeiro prazer; ser lido é um prazer superficial.”

“É muito mais fácil matar um fantasma do que matar uma realidade.”

“Uma paixão tão completamente centrada em si recusa o resto do mundo tal como a água límpida e calma filtra todas as matérias estranhas.”

“Não se acha a paz evitando a vida.”

“Pensei o quanto desconfortável é ser trancado do lado de fora; e pensei o quanto é pior, talvez, ser trancado no lado de dentro.”

“Se você não contar a verdade sobre si mesmo, não pode contar a verdade sobre as outras pessoas.”

“A vida é como um sonho; é o acordar que nos mata.”

“Cada um tem o seu passado fechado em si, tal como um livro que se conhece de cor, livro de que os amigos apenas levam o título.”

“A coisa nenhuma deveria ser dado um nome, pois há perigo de que esse nome a transforme.”

“É fácil dizer-se que não é um grande livro. Mas que qualidade lhe faltará? Talvez a de nada acrescentar à nossa visão de vida.”

“Estas são as mudanças da alma. Eu não acredito em envelhecimento. Eu acredito em alterar para sempre o aspecto de alguém para a luz. Eis meu otimismo.”

“A verdade é que eu sempre gosto das mulheres. Gosto da falta de convencionalismo delas. Gosto da integridade delas. Gosto do anonimato delas.”

“Os olhos dos outros são prisões; seus pensamentos nossas celas”.

“O efeito da morte sobre aqueles que continuam vivos é sempre estranho, e muitas vezes terrível, pela destruição de desejos inocentes.”

“Que a mim, pois seja dado saborear o momento, antes que ele se propague pelo restante do mundo!”

“Encarar a vida pela frente… Sempre… Encarar a vida pela frente, e vê-la como ela é… Por fim, entendê-la e amá-la pelo que ela é… E depois deixá-la seguir… Sempre os anos entre nós, sempre os anos… Sempre o amor… Sempre a razão… Sempre o tempo… Sempre… As horas.”

“Mrs. Dalloway, Mrs. Dalloway, sempre dando festas para encobrir o silêncio!”

“Esta alma, ou vida dentro de nós, sem opção concorda com a vida exterior. Se alguém tiver a coragem de perguntá-la o que pensa, ela está sempre dizendo exatamente o oposto do que as outras pessoas dizem.”

“Algumas pessoas procuram os padres; outras a poesia; eu os meus amigos.”

“Vou até a prateleira. Se escolho, leio meio página de qualquer coisa. Não preciso falar. Mas escuto. Estou maravilhosamente alerta. Certamente não se pode ler sem esforço esse poema. Muitas vezes a página está decomposta e manchada de lama, rasgada e grudada por folhas fanadas, fragmentos de verbena ou gerânio. Para ler esse poema é preciso ter miríades de olhos, como um daqueles faróis que giram sobre as águas agitadas do Atlântico à meia-noite, quando talvez somente uma réstia de algas marinhas fende a superfície, ou subitamente as ondas se escancaram e delas emerge algum monstro. É preciso pôr de lado antipatias e ciúmes, e não interromper. É preciso ter paciência e infinito cuidado e deixar também que se desdobre o tênue som, seja o das delicadas patas de uma aranha sobre uma folha, seja o da risadinha das águas em alguma insignificante torneira. Nada deve ser rejeitado por medo ou horror. O poeta que escreveu essa página (que leio em meio a pessoas falando) desviou-se. Não há vírgula nem ponto-e-vírgula. Os versos não seguem a extensão adequada. Muita coisa é puro contra-senso. É preciso ser cético, mas lançar ao vento a prudência, e, quando a porta se abrir, aceitar resolutamente. Também, por vezes, chorar; também cortar implacavelmente com um talho de lâmina a fuligem, a casca e duras excreções de toda a sorte. E assim (enquanto falam) baixar nossa rede mais e mais fundo, e mergulhá-la docemente e trazer à superfície o que ele disse e o que ela disse, e fazer poesia.”

Querido,
Tenho certeza de estar ficando louca novamente. Sinto que não conseguiremos passar por novos tempos difíceis. E não quero revivê-los. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Portanto, estou fazendo o que me parece ser o melhor a se fazer. Você me deu muitas possibilidades de ser feliz. Você esteve presente como nenhum outro. Não creio que duas pessoas possam ser felizes convivendo com esta doença terrível. Não posso mais lutar. Sei que estarei tirando um peso de suas costas, pois, sem mim, você poderá trabalhar. E você vai, eu sei. Você vê, não consigo sequer escrever. Nem ler. Enfim, o que quero dizer é que é a você que eu devo toda minha felicidade. Você foi bom para mim, como ninguém poderia ter sido. Eu queria dizer isto - todos sabem. Se alguém pudesse me salvar, este alguém seria você. Tudo se foi para mim mas o que ficará é a certeza da sua bondade, sem igual. Não posso atrapalhar sua vida. Não mais. Não acredito que duas pessoas poderiam ter sido tão felizes quanto nós fomos.V.

Adeline Virginia Stephen Woolf (25 January 1882 – 28 March 1941)

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