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O dia 1 de dezembro foi escolhido como Dia Mundial de combate à AIDS, quando o mundo une forças para a conscientização sobre esta doença. Desde o final dos anos 80, o Dia Mundial de combate à AIDS vigora no calendário de milhares de pessoas ao redor do mundo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, diariamente, surgem em média 8.000 novos casos.
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"O crescimento intelectual e moral não é menos indispensável que a melhora material. Saber é um viático; pensar é a primeira necessidade; a verdade é tão alimentar como o fermento. Uma razão jejuna de ciência e de sabedoria fenece. Lastimamos, como se fossem estômagos os espíritos que não comem. Se existe alguma coisa mais pungente que um corpo agonizante pela falta de pão, é uma alma que morre de fome de luz" (Victor-Marie Hugo) Seuls les idiots ne changent pas d'avis.
"Não há bons ou maus combates, existe somente o horror ao sofrimento aplicado aos mais fracos, que não podem se defender."
(Brigitte Bardot)
(Brigitte Bardot)
terça-feira, 30 de novembro de 2010
domingo, 28 de novembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
H2O
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Começa hoje exposição 'Água na Oca' no Ibirapuera
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Nos quatro andares do pavimento há atrações interativas, exposição de obras de arte e fotografias "Água na Oca", ocupa os 8 mil m² do pavilhão da Oca, no Parque do Ibirapuera a partir desta sexta-feira, 26. Mas na verdade só se molha quem quiser ou for curioso a ponto de interferir em alguns elementos mais ousados da exposição, que fica em cartaz por cinco meses. O evento tem origem na mostra "Water: H2O=Life", apresentada em 2007, no prédio no Central Park West, em Nova York, e no Brasil é organizado pelo Instituto Sangari em parceria com o Museu de História Natural de Nova York. De forma inteligente consegue unir arte, ciência, tecnologia e informação.
Nos quatro andares do pavimento há atrações interativas, exposição de obras de arte e fotografias, maquetes de embarcações, peças de acervo museológico, aquários reais e virtuais e instalações audiovisuais. O subsolo foi batizado de Desaguar e recebe obras de arte. Entre os profissionais que expõem no local estão os brasileiros Leandro Lima e Gisela Motta, Sonia Guggisberg, Laura Vinci, Márcia Xavier e o trio Rejane Cantoni, Raquel Kogan e Leonardo Crescenti. Estão lá, também, fotografias de Claudia Jaguaribe e cinco obras intituladas Water Sculptures, do inglês William Pye, que ficou conhecido como o escultor da água. Uma delas recria um redemoinho artificial em que a água se movimenta de acordo com a proximidade das pessoas. E outra é uma espécie de chafariz com cores em que o público pode interferir no volume de água lançado por ele.
No térreo, o visitante encontra o Mundo d?Água, que trata das relações entre a água, a vida e o planeta, suas propriedades, problemas e potenciais. Neste espaço a grande atração são as atividades que entretém e ensinam ao mesmo tempo. São telas com imagens de animais que vivem nas profundezas do oceano, aquários reais, um terrário virtual e brinquedos interativos, como uma balança que mede quais elementos têm mais água. "É uma brincadeira provocativa, todo mundo quer tentar adivinhar. É um jogo para crianças e adultos", diz Mário Domingos, um dos curadores científicos da exposição. Ele explica que o objetivo dessa sessão é simplificar informações, ensinar e conscientizar crianças e adultos a respeito da importância da água.
O primeiro andar do pavimento é chamado de Infiltração e apresenta a relação entre a água e cidadania, política e consciência ambiental. E para deixar essa ideia ainda mais real, uma das instalações simula um barraco em meio a uma enchente. O visitante entra na casa e logo começa a ter a sensação de estar acuado pela água que parece prestes a tomar o espaço. Gotas caem do teto, a água bate nas janelas, dando a impressão de que pode invadir o barraco, um vento forte entra pela porta e um som estrondoso de trovões ajudam a provocar uma sensação real.
A Última Fronteira está no segundo andar. É lá que ocorre a exibição de um filme de aproximadamente oito minutos. Deitados sobre colchões de ar, os espectadores são levados a diferentes lugares, desde os recifes de coral até as partes mais obscuras do oceano. As informações são do Jornal da Tarde.
Água na Oca - De hoje a 8 de maio de 2011. Oca (Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Portão 3, Pq. Do Ibirapuera). Tel. (011) 3883-9090. Entrada: R$ 20.
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Começa hoje exposição 'Água na Oca' no Ibirapuera
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Nos quatro andares do pavimento há atrações interativas, exposição de obras de arte e fotografias "Água na Oca", ocupa os 8 mil m² do pavilhão da Oca, no Parque do Ibirapuera a partir desta sexta-feira, 26. Mas na verdade só se molha quem quiser ou for curioso a ponto de interferir em alguns elementos mais ousados da exposição, que fica em cartaz por cinco meses. O evento tem origem na mostra "Water: H2O=Life", apresentada em 2007, no prédio no Central Park West, em Nova York, e no Brasil é organizado pelo Instituto Sangari em parceria com o Museu de História Natural de Nova York. De forma inteligente consegue unir arte, ciência, tecnologia e informação.
Nos quatro andares do pavimento há atrações interativas, exposição de obras de arte e fotografias, maquetes de embarcações, peças de acervo museológico, aquários reais e virtuais e instalações audiovisuais. O subsolo foi batizado de Desaguar e recebe obras de arte. Entre os profissionais que expõem no local estão os brasileiros Leandro Lima e Gisela Motta, Sonia Guggisberg, Laura Vinci, Márcia Xavier e o trio Rejane Cantoni, Raquel Kogan e Leonardo Crescenti. Estão lá, também, fotografias de Claudia Jaguaribe e cinco obras intituladas Water Sculptures, do inglês William Pye, que ficou conhecido como o escultor da água. Uma delas recria um redemoinho artificial em que a água se movimenta de acordo com a proximidade das pessoas. E outra é uma espécie de chafariz com cores em que o público pode interferir no volume de água lançado por ele.
No térreo, o visitante encontra o Mundo d?Água, que trata das relações entre a água, a vida e o planeta, suas propriedades, problemas e potenciais. Neste espaço a grande atração são as atividades que entretém e ensinam ao mesmo tempo. São telas com imagens de animais que vivem nas profundezas do oceano, aquários reais, um terrário virtual e brinquedos interativos, como uma balança que mede quais elementos têm mais água. "É uma brincadeira provocativa, todo mundo quer tentar adivinhar. É um jogo para crianças e adultos", diz Mário Domingos, um dos curadores científicos da exposição. Ele explica que o objetivo dessa sessão é simplificar informações, ensinar e conscientizar crianças e adultos a respeito da importância da água.
O primeiro andar do pavimento é chamado de Infiltração e apresenta a relação entre a água e cidadania, política e consciência ambiental. E para deixar essa ideia ainda mais real, uma das instalações simula um barraco em meio a uma enchente. O visitante entra na casa e logo começa a ter a sensação de estar acuado pela água que parece prestes a tomar o espaço. Gotas caem do teto, a água bate nas janelas, dando a impressão de que pode invadir o barraco, um vento forte entra pela porta e um som estrondoso de trovões ajudam a provocar uma sensação real.
A Última Fronteira está no segundo andar. É lá que ocorre a exibição de um filme de aproximadamente oito minutos. Deitados sobre colchões de ar, os espectadores são levados a diferentes lugares, desde os recifes de coral até as partes mais obscuras do oceano. As informações são do Jornal da Tarde.
Água na Oca - De hoje a 8 de maio de 2011. Oca (Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Portão 3, Pq. Do Ibirapuera). Tel. (011) 3883-9090. Entrada: R$ 20.
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"Sexta-feira Mundial Sem Pele"
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A "Worldwide Fur Free Friday - Sexta-feira Mundial Sem Pele" o protesto global da luta pelos direitos animais, foi realizada na manhã desta sexta (26) em frente ao Masp na avenida Paulista, em São Paulo. O objetivo do protesto foi informar a população sobre a crueldade que se esconde por trás de uma pele animal usada na indústria da moda e decoração.
Ativistas do Peta (Pessoas para o Tratamento Ético dos Animais) vestidos de animais protestam durante a Sexta-Feira Mundial Sem Peles de Animais, em Roma, na Itália
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A "Worldwide Fur Free Friday - Sexta-feira Mundial Sem Pele" o protesto global da luta pelos direitos animais, foi realizada na manhã desta sexta (26) em frente ao Masp na avenida Paulista, em São Paulo. O objetivo do protesto foi informar a população sobre a crueldade que se esconde por trás de uma pele animal usada na indústria da moda e decoração.
Ativistas do Peta (Pessoas para o Tratamento Ético dos Animais) vestidos de animais protestam durante a Sexta-Feira Mundial Sem Peles de Animais, em Roma, na Itália
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Rio 40°
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(Repasso esse desabafo da minha amiga Alma moradora do RJ)
CAOS QUE VIVE O BRASIL, AGORA, MAIS PRECISAMENTE, A CIDADE MARAVILHOSA, CHAMADA RIO DE JANEIRO:
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PASSARAM-SE TANTO TEMPO EM QUE A CÚPULA DAS AUTORIDADES POLICIAIS, DA JUSTIÇA E GOVERNANTES, O MAIS QUE SABIAM FAZER É COMEREM JUNTO, NO MESMO PRATO DA MARGINALIDADE, CHEGANDO AO PONTO DE QUANDO UMA DAS CHAMADAS CELEBRIDADES QUERIAM CONHECER AS FAMOSAS FAVELAS DO RIO OU ATÉ MESMO FAZER DELAS UM SET DE GRAVAÇÃO, ELES FAZIAM TRATOS COM OS CHEFÕES E, AGORA, MOVIDOS PELA GANÂNCIA DO DINHEIRO QUE ENVOLVE SEDIAR O PAÍS PARA OS JOGOS OLÍMPICOS OU A FAMOSA COPA DO MUNDO, QUEREM TARDIAMENTE DAR UMA DE MORALISTAS PARA CIMA DOS MARGINAIS, ESQUECENDO, ELES QUE HOJE A FORÇA QUE CONSEGUIRAM SE DEVE A ESSES FATOS. AÍ, CLARO, NÃO PRESTOU!!!
E OS CARAS ESTÃO RESPONDENDO E, MAIS UMA VEZ, A POPULAÇÃO SENDO A VÍTIMA DESSA SUJEIRADA TODA. NÓS NÃO TEMOS BATEDORES PARA FAZER NOSSA SEGURANÇA, NÃO TEMOS CONDIÇÕES DE BLINDAR NOSSOS CARROS, ISSO QUANDO TEMOS CARRO E, POR SERMOS GENTE DE BEM, NEM ARMAS TEMOS PARA NOS DEFENDER. TAMBÉM, O QUE É DE SE ESPERAR DE UM PAÍS QUE A POLÍTICA É COMPOSTA DE MARGINAIS???
QUE A JUSTIÇA SE FINGE DE CÊGA PARA QUEM TEM PODER, FAMA E MUITA GRANA??? DE UMA JUSTIÇA QUE É FEITA SÓ PARA PUNIR O JOÃO NINGUÉM??? QUE JUÍZES, POLÍTICOS, ENGENHEIROS COMO SÉRGIO NAYA, REPORTERES DE ALTA FAMA E ASSASSINO, COMETEM CRIMES E FICAM SOLTOS GOZANDO DE NOSSAS CARAS??? QUE MORAL ESSE PAÍS TEM E EM QUE ESSES QUE ESTÃO FAZENDO TERROR NO RIO SÃO DIFERENTES DESSES CITADOS??? UM PAÍS QUE MESMO SABENDO DA LIGAÇÃO CRIMINOSA QUE ADVOGADOS TEM COM SEUS CLIÊNTES, PERMITE A CONVERSAÇÃO SEM O ISOLAMENTO DELES E SEM UM POLICIAL NO MESMO RECINTO??? E, PARA COMPLETAR, QUE PERMITE A PRESOS TEREM CADA, UM SEUS CELULARES. ACHO QUE SOMOS MESMO MUITO BABACAS OU TAMBÉM TEMOS QUE NOS FINGIR DE!!!
DESABAFO DE UM POVO ILHADO PELA MARGINALIDADE SEM UM LIMITE.
(ALMA)
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(Repasso esse desabafo da minha amiga Alma moradora do RJ)
CAOS QUE VIVE O BRASIL, AGORA, MAIS PRECISAMENTE, A CIDADE MARAVILHOSA, CHAMADA RIO DE JANEIRO:
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PASSARAM-SE TANTO TEMPO EM QUE A CÚPULA DAS AUTORIDADES POLICIAIS, DA JUSTIÇA E GOVERNANTES, O MAIS QUE SABIAM FAZER É COMEREM JUNTO, NO MESMO PRATO DA MARGINALIDADE, CHEGANDO AO PONTO DE QUANDO UMA DAS CHAMADAS CELEBRIDADES QUERIAM CONHECER AS FAMOSAS FAVELAS DO RIO OU ATÉ MESMO FAZER DELAS UM SET DE GRAVAÇÃO, ELES FAZIAM TRATOS COM OS CHEFÕES E, AGORA, MOVIDOS PELA GANÂNCIA DO DINHEIRO QUE ENVOLVE SEDIAR O PAÍS PARA OS JOGOS OLÍMPICOS OU A FAMOSA COPA DO MUNDO, QUEREM TARDIAMENTE DAR UMA DE MORALISTAS PARA CIMA DOS MARGINAIS, ESQUECENDO, ELES QUE HOJE A FORÇA QUE CONSEGUIRAM SE DEVE A ESSES FATOS. AÍ, CLARO, NÃO PRESTOU!!!
E OS CARAS ESTÃO RESPONDENDO E, MAIS UMA VEZ, A POPULAÇÃO SENDO A VÍTIMA DESSA SUJEIRADA TODA. NÓS NÃO TEMOS BATEDORES PARA FAZER NOSSA SEGURANÇA, NÃO TEMOS CONDIÇÕES DE BLINDAR NOSSOS CARROS, ISSO QUANDO TEMOS CARRO E, POR SERMOS GENTE DE BEM, NEM ARMAS TEMOS PARA NOS DEFENDER. TAMBÉM, O QUE É DE SE ESPERAR DE UM PAÍS QUE A POLÍTICA É COMPOSTA DE MARGINAIS???
QUE A JUSTIÇA SE FINGE DE CÊGA PARA QUEM TEM PODER, FAMA E MUITA GRANA??? DE UMA JUSTIÇA QUE É FEITA SÓ PARA PUNIR O JOÃO NINGUÉM??? QUE JUÍZES, POLÍTICOS, ENGENHEIROS COMO SÉRGIO NAYA, REPORTERES DE ALTA FAMA E ASSASSINO, COMETEM CRIMES E FICAM SOLTOS GOZANDO DE NOSSAS CARAS??? QUE MORAL ESSE PAÍS TEM E EM QUE ESSES QUE ESTÃO FAZENDO TERROR NO RIO SÃO DIFERENTES DESSES CITADOS??? UM PAÍS QUE MESMO SABENDO DA LIGAÇÃO CRIMINOSA QUE ADVOGADOS TEM COM SEUS CLIÊNTES, PERMITE A CONVERSAÇÃO SEM O ISOLAMENTO DELES E SEM UM POLICIAL NO MESMO RECINTO??? E, PARA COMPLETAR, QUE PERMITE A PRESOS TEREM CADA, UM SEUS CELULARES. ACHO QUE SOMOS MESMO MUITO BABACAS OU TAMBÉM TEMOS QUE NOS FINGIR DE!!!
DESABAFO DE UM POVO ILHADO PELA MARGINALIDADE SEM UM LIMITE.
(ALMA)
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domingo, 21 de novembro de 2010
sábado, 20 de novembro de 2010
Dia da Consciência Negra
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MALANA, A MODELO DA CAPA (Do site Vi o Mundo)
A modelo da capa de revista por Urariano Mota, Direto da Redação
Recife (PE) – A coluna de hoje fala sobre Vanessa de Freitas Jorge, mais conhecida por Malana, modelo brasileira. Malana é negra, elegante, linda e simples como não se vê em uma só modelo.
Nem é preciso lembrar para ela antecedentes ilustres como a bela Dorotéia, de quem Baudelaire dizia que caminhava balançando com indolência o torso tão fino sobre as ancas tão largas, com a cabeça delicada e perna resplandecente e soberba. Não. Para a Malana que vi e ouvi na Festa Literária de Porto de Galinhas, a moldura mais recente é o contexto das modelos que aparecem em capas de revistas.
Em pesquisa banal, em qualquer banca, saltam aos olhos os cabelos louros, longos, finos e clichosos, encontrados em 95% das capas. Não importa o nome da revista: Marie Claire Brasil, Nova, Claudia, Criativa, Elle ou Vogue Brasil. Caberia até uma pergunta: por que as capas preferem as louras? E responder: as não-louras que nos perdoem, mas em todas as capas ser loura é fundamental. Mas minto. Há uma capa em que a modelo tem a pele menos clara, na Marie Claire de novembro de 2004. Olho bem e percebo a coerência entre a fêmea e o título da reportagem: trata-se de Emanuela de Paula para a reportagem “safári selvagem”…
A julgar pelas capas, vivemos num país nórdico. Do frio mais glacial no céu azul. É impressionante como um valor que fere tanto a autoestima brasileira, a beleza de ver e de se ver e não negar a própria cara, ainda resista aos novos tempos que têm Lula como modelo de homem brasileiro. Vanessa de Freitas Jorge, Malana, um de nossos melhores rostos, não é uma anti-Gisele Bündchen. Não vem ao caso, aqui, opor pessoas à grande Bündchen, coitada, que não tem culpa de ter nascido no Brasil. Mas se Gisele tivesse a sua negação, numa forma nacional, Malana seria essa pessoa.
Na variedade de modelos nacionais o tom e a cor gerais são do gênero branco, de origem e preferência alemã. Creiam, na frase anterior não houve ironia, me parece, ainda que tenha usado palavras antônimas na história e civilização brasileira. Paciência. Que os agentes da moda, os olheiros, os bookers descobridores de novas modelos sejam limitados e incultos, com os olhos voltados para o passado, até que entendemos. Que os agentes não descubram a beleza nas ruas, nos ônibus, nos subúrbios, porque sempre vão aos lugares de melhor renda, e por isso não veem nem podem ver alguém como Malana, que aos 13 anos entregava folhetos nos semáforos, isso também compreendemos. É natural. Os olhos têm névoas de preconceito e de classe.
Em uma entrevista para a revista Brasileiros, à pergunta de Alex Solnik, “Você já ouviu bookers dizerem, ‘ah, não quero negra e tal’, tem esse lance?”, Malana assim respondeu:
Na verdade, pra ser uma modelo você deveria ser boa, independente da cor da pele, do jeito do cabelo, cor de olho e etc., mas infelizmente não acontece exatamente isso. Se você não estiver dentro do padrão exigido, das medidas exigidas, lógico que isso dificulta bastante. Ser negra é mais difícil ainda porque a moda aqui no Brasil se espelha muito na moda europeia, naquela coisinha da pele clara, sabe? Dizem que a roupa cresce mais do que numa pele um pouco mais escura. Então, se conclui que o negro tem um desvalor, um valor menor no mercado do que a pessoa de pele branca, um pouco mais clara.
Essa é a razão porque, ao passar em uma banca de revistas, ninguém consegue não ver uma face negra, entre tantas claras, brancas, louras e nórdicas. A negra, entre a neve tropical, se destaca. Porque todas as revistas nacionais, melhor dizendo, no Brasil, para ser mais preciso, quando dizem e buscam beleza feminina para a capa, querem apenas dizer, vamos divulgar um rosto que não lembre as ruas sujas, feias e sem educação deste país. Ah, o que perdem. Perdem as Malanas do Rio e de São Paulo, perdem as Brunets de Belém e de Manaus, perdem as rebentações do Recife, perdem todos, que nem sempre recebem uma beleza negra como esta da capa.
Parodiando Baudelaire, dizemos enfim: entorpecido, o mundo esmorece molemente nas capas, enquanto Malana, altiva e forte como o Sol, caminha nas bancas desertas de Brasil, único ser vivo nesta hora sob o imenso azul, pondo sobre a luz uma brilhante mancha negra.
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MALANA, A MODELO DA CAPA (Do site Vi o Mundo)
A modelo da capa de revista por Urariano Mota, Direto da Redação
Recife (PE) – A coluna de hoje fala sobre Vanessa de Freitas Jorge, mais conhecida por Malana, modelo brasileira. Malana é negra, elegante, linda e simples como não se vê em uma só modelo.
Nem é preciso lembrar para ela antecedentes ilustres como a bela Dorotéia, de quem Baudelaire dizia que caminhava balançando com indolência o torso tão fino sobre as ancas tão largas, com a cabeça delicada e perna resplandecente e soberba. Não. Para a Malana que vi e ouvi na Festa Literária de Porto de Galinhas, a moldura mais recente é o contexto das modelos que aparecem em capas de revistas.
Em pesquisa banal, em qualquer banca, saltam aos olhos os cabelos louros, longos, finos e clichosos, encontrados em 95% das capas. Não importa o nome da revista: Marie Claire Brasil, Nova, Claudia, Criativa, Elle ou Vogue Brasil. Caberia até uma pergunta: por que as capas preferem as louras? E responder: as não-louras que nos perdoem, mas em todas as capas ser loura é fundamental. Mas minto. Há uma capa em que a modelo tem a pele menos clara, na Marie Claire de novembro de 2004. Olho bem e percebo a coerência entre a fêmea e o título da reportagem: trata-se de Emanuela de Paula para a reportagem “safári selvagem”…
A julgar pelas capas, vivemos num país nórdico. Do frio mais glacial no céu azul. É impressionante como um valor que fere tanto a autoestima brasileira, a beleza de ver e de se ver e não negar a própria cara, ainda resista aos novos tempos que têm Lula como modelo de homem brasileiro. Vanessa de Freitas Jorge, Malana, um de nossos melhores rostos, não é uma anti-Gisele Bündchen. Não vem ao caso, aqui, opor pessoas à grande Bündchen, coitada, que não tem culpa de ter nascido no Brasil. Mas se Gisele tivesse a sua negação, numa forma nacional, Malana seria essa pessoa.
Na variedade de modelos nacionais o tom e a cor gerais são do gênero branco, de origem e preferência alemã. Creiam, na frase anterior não houve ironia, me parece, ainda que tenha usado palavras antônimas na história e civilização brasileira. Paciência. Que os agentes da moda, os olheiros, os bookers descobridores de novas modelos sejam limitados e incultos, com os olhos voltados para o passado, até que entendemos. Que os agentes não descubram a beleza nas ruas, nos ônibus, nos subúrbios, porque sempre vão aos lugares de melhor renda, e por isso não veem nem podem ver alguém como Malana, que aos 13 anos entregava folhetos nos semáforos, isso também compreendemos. É natural. Os olhos têm névoas de preconceito e de classe.
Em uma entrevista para a revista Brasileiros, à pergunta de Alex Solnik, “Você já ouviu bookers dizerem, ‘ah, não quero negra e tal’, tem esse lance?”, Malana assim respondeu:
Na verdade, pra ser uma modelo você deveria ser boa, independente da cor da pele, do jeito do cabelo, cor de olho e etc., mas infelizmente não acontece exatamente isso. Se você não estiver dentro do padrão exigido, das medidas exigidas, lógico que isso dificulta bastante. Ser negra é mais difícil ainda porque a moda aqui no Brasil se espelha muito na moda europeia, naquela coisinha da pele clara, sabe? Dizem que a roupa cresce mais do que numa pele um pouco mais escura. Então, se conclui que o negro tem um desvalor, um valor menor no mercado do que a pessoa de pele branca, um pouco mais clara.
Essa é a razão porque, ao passar em uma banca de revistas, ninguém consegue não ver uma face negra, entre tantas claras, brancas, louras e nórdicas. A negra, entre a neve tropical, se destaca. Porque todas as revistas nacionais, melhor dizendo, no Brasil, para ser mais preciso, quando dizem e buscam beleza feminina para a capa, querem apenas dizer, vamos divulgar um rosto que não lembre as ruas sujas, feias e sem educação deste país. Ah, o que perdem. Perdem as Malanas do Rio e de São Paulo, perdem as Brunets de Belém e de Manaus, perdem as rebentações do Recife, perdem todos, que nem sempre recebem uma beleza negra como esta da capa.
Parodiando Baudelaire, dizemos enfim: entorpecido, o mundo esmorece molemente nas capas, enquanto Malana, altiva e forte como o Sol, caminha nas bancas desertas de Brasil, único ser vivo nesta hora sob o imenso azul, pondo sobre a luz uma brilhante mancha negra.
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sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Virada esportiva
Neste final de semana, nos dias 20 e 21 de novembro, os paulistanos terão mais de 36 horas de esportes (mais de 200 modalidades, espalhadas por mais de 500 locais da cidade de São Paulo) tendo a possibilidade de conhecer novas atividades ou mesmo de bater aquela pelada tradicional.
Entre os novos esportes, destaque para o rugby, modalidade não muito conhecida no Brasil, mas que faz sucesso na África do Sul.
O público paulistano que quiser conhecer um pouco do esporte e se arriscar a praticá-lo só precisa comparecer no parque Villa Lobos (Av. Professor Fonseca Rodrigues, 2.001, Alto de Pinheiros), no sábado e/ou domingo, das 9h às 18h.
O Vale do Anhangabaú abrigará os esportes mais radicais e promete chamar atenção do público com novidades, como a pista de snowboard. O público poderá curtir a novidade a partir das 10h do dia 20 até às 18h do dia 21.
O paulistano também poderá praticar o slackline, o esporte consiste em manter o equilíbrio em cima de uma fita. A modalidade surgiu da década de 1980 e é uma criação dos alpinistas, que utilizavam essa fita nas escaladas. Os interessados poderão entrar na brincadeira entre às 10h e 17h, tanto do sábado como no domingo, também no Vale do Anhangabaú, que ainda contará com um simulador de Asa Delta e apresentações de MotoCross, que acontecerão das 10h de sábado às 18h de domingo.
Já as demonstrações de swoop, uma das modalidades de paraquedismo, está programada para o domingo (das 9h às 17 h) na Represa Guarapiranga.
O público também pode ficar tranquilo com o tempo, porque a meteorologia promete colaborar. A previsão é que a temperatura fica por volta dos 30ºC no sábado e de 31ºC no domingo.
Assista ao vídeo e veja algumas das atrações que acontecerão no Vale do Anhangabaú:
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Entre os novos esportes, destaque para o rugby, modalidade não muito conhecida no Brasil, mas que faz sucesso na África do Sul.
O público paulistano que quiser conhecer um pouco do esporte e se arriscar a praticá-lo só precisa comparecer no parque Villa Lobos (Av. Professor Fonseca Rodrigues, 2.001, Alto de Pinheiros), no sábado e/ou domingo, das 9h às 18h.
O Vale do Anhangabaú abrigará os esportes mais radicais e promete chamar atenção do público com novidades, como a pista de snowboard. O público poderá curtir a novidade a partir das 10h do dia 20 até às 18h do dia 21.
O paulistano também poderá praticar o slackline, o esporte consiste em manter o equilíbrio em cima de uma fita. A modalidade surgiu da década de 1980 e é uma criação dos alpinistas, que utilizavam essa fita nas escaladas. Os interessados poderão entrar na brincadeira entre às 10h e 17h, tanto do sábado como no domingo, também no Vale do Anhangabaú, que ainda contará com um simulador de Asa Delta e apresentações de MotoCross, que acontecerão das 10h de sábado às 18h de domingo.
Já as demonstrações de swoop, uma das modalidades de paraquedismo, está programada para o domingo (das 9h às 17 h) na Represa Guarapiranga.
O público também pode ficar tranquilo com o tempo, porque a meteorologia promete colaborar. A previsão é que a temperatura fica por volta dos 30ºC no sábado e de 31ºC no domingo.
Assista ao vídeo e veja algumas das atrações que acontecerão no Vale do Anhangabaú:
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quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Worldwide Fur Free Friday
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"Sexta Feira Mundial Sem Pele"
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No próximo dia 26 acontece em todo o mundo a terceira edição da Sexta Feira Mundial Sem Pele (Worldwide Fur Free Friday) um dos protestos de ação global de maior relevância na luta pelos direitos animais. No último ano foram realizados protestos em mais de 120 localidades ao redor do mundo pedindo o fim do cruel comércio de peles de animais. A data foi criada pela International Anti-Fur Coalition (Coalizão Internacional Anti-Pele) em parceria com o movimento Fur-Free Friday (Sexta-feira sem pele), que é muito popular nos Estados Unidos e acontece logo após o Dia de Ação de Graças (25). Estilistas que insistem no uso de pele animal em suas coleções são alvos de críticas dos manifestantes. Junte-se a nós! O objetivo é informar a população sobre o que se esconde por trás da indústria da pele. Milhões de animais continuam sendo mortos em nome da moda. Muitos são esfolados ainda vivos, incluindo cães e gatos, tudo em nome da vaidade e do consumo sem medidas, seja para um casaco, um brinquedo ou um enfeite qualquer.
"Sexta-Feira Mundial Sem Pele!"
São Paulo - Av. Paulista (MASP)
26 de novembro a partir das 11 hs
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"Sexta Feira Mundial Sem Pele"
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No próximo dia 26 acontece em todo o mundo a terceira edição da Sexta Feira Mundial Sem Pele (Worldwide Fur Free Friday) um dos protestos de ação global de maior relevância na luta pelos direitos animais. No último ano foram realizados protestos em mais de 120 localidades ao redor do mundo pedindo o fim do cruel comércio de peles de animais. A data foi criada pela International Anti-Fur Coalition (Coalizão Internacional Anti-Pele) em parceria com o movimento Fur-Free Friday (Sexta-feira sem pele), que é muito popular nos Estados Unidos e acontece logo após o Dia de Ação de Graças (25). Estilistas que insistem no uso de pele animal em suas coleções são alvos de críticas dos manifestantes. Junte-se a nós! O objetivo é informar a população sobre o que se esconde por trás da indústria da pele. Milhões de animais continuam sendo mortos em nome da moda. Muitos são esfolados ainda vivos, incluindo cães e gatos, tudo em nome da vaidade e do consumo sem medidas, seja para um casaco, um brinquedo ou um enfeite qualquer.
"Sexta-Feira Mundial Sem Pele!"
São Paulo - Av. Paulista (MASP)
26 de novembro a partir das 11 hs
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segunda-feira, 8 de novembro de 2010
buskers - 1.º Festival Internacional de Música no Metrô
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SP terá 1.º Festival Internacional de Música no Metrô
Evento joga luz sobre classe ilegal por aqui, mas que lá fora já tem até nome: os buskers estão chegando
O alvo ali passa como um raio e cinco segundos é o tempo que se tem para acertá-lo, de preferência, no coração. Estação Vila Madalena do Metrô, 12h de uma quarta-feira. Um grupo tira suas armas do estojo e as empunha, bandolim, violão de sete cordas, saxofone e um ovinho de madeira usado de percussão. Samba de Verão, de Marcos Valle, sai rápido, certeiro, pega na veia. Um senhor calvo bem vestido pega sua máquina fotográfica. Filma, tira fotos, sorri e segue para o embarque. Martha Ferreira, uma estudante de jornalismo, duvida que muita gente pare. "A pessoa com pressa não vai parar." Se estavam com pressa, não se sabe, mas muita gente parou ali aos pés do grupo mesmo antes de chegar o refrão. Era só uma demonstração rápida, mas a missão estava cumprida.
A cena é rara em São Paulo. Músicos em metrô aqui, ao contrário do que ocorre em estações nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, só são permitidos em programas específicos. Assim, a notícia ganha mais força: entre os dias 8 e 12 de novembro, dez estações paulistanas serão palcos do I Festival Internacional de Músicos do Metrô. Além de artistas de São Paulo, virão nomes selecionados pela internet de outros oito países, acostumados a acertar uma plateia de passantes imprevisível. "Qualquer coisa afeta uma performance pública, tudo pode mudar ali na hora", diz a norte-americana Lila Angelique, parceira do instrumentista SK Toth no duo de violinos ‘performáticos’ Tribal Baroque, nome também do ritmo que eles criaram nas estações de Nova York e que trarão para São Paulo.
O pai da ideia é Marcelo Beraldo, 36 anos, produtor e empresário que viu a luz no fim de um túnel do metrô de Manhattan. "Foi lá, vendo aqueles buskers, que tive a ideia." Ao voltar ao Brasil, apresentou o projeto de um festival mundial ao Metrô de São Paulo e, mesmo sem ok, saiu por dez das maiores estações do mundo em busca de informação e histórias. "Eu filmava tudo e mandava o vídeo para o Metrô daqui." Ao final, conseguiu uma parceria com a empresa de energéticos Red Bull e a permissão da Companhia. Seu trunfo para fazer as plataformas paulistas virar palco foi saber tudo sobre uma modalidade de artista chamado lá fora de busker. A cada estação recebia uma aula.
O metrô de Londres foi inspirador em um projeto que ele desenvolve para profissionalizar os buskers em São Paulo. "Os caras lá vendem patrocínio do espaço em que os músicos se apresentam." Em Paris, Beraldo viu os buskers mais empreendedores do mundo. "Eles têm um cara só para vender CDs." Em Barcelona, conheceu a ferveção. "Há um festival só para os artistas da cidade." Seul foi a única da Ásia em que viu um programa para músicos de metrô. "Tinha até um grupo de capoeira." Na Cidade do México, filmou um rockabilly latino. "Eles não podem pedir dinheiro, mas o governo de lá paga o cachê." E no metrô de Tókio, que carrega o maior número de pessoas do Planeta, 8.695.890 por dia, Beraldo olhou para os corredores e não viu nada. "Eles não querem nem saber disso."
Azar dos japoneses, considerando-se os números. Madonna e Paul McCartney dariam a vida por um palco na plataforma da estação Corinthians-Itaquera. Só em São Paulo são 3,4 milhões de pessoas por dia, segundo a própria Companhia. O SWU, maior festival de música do país, recebeu em Itu 150 mil pessoas em três dias. Sobe um aqui, tira dois ali, a conta fecha assim: o músico que tocar um dia todo no metrô será visto por um público 20 vezes maior ao que esteve no SWU. Mais surreal ainda: a lotação do Morumbi, quando todas as áreas estão livres, é de 90 mil pessoas. A programação do festival será vista a cada dia por 40 Morumbis lotados. "Sozinho, em apenas um dia, o evento é maior do que os shows de Beyoncé, Lady Gaga, Madonna, U2, Rush, Black Eyed Peas, Police, Bon Jovi, Rolling Stones e mais de outras 30 atrações juntas", diz Beraldo. Claro, com a ressalva de que, no metrô, o povo passa, olha e, se não for gostar, adeus.
Anatol Eremciuc da Moldávia "Tocar no metrô é estar na vida real. Ninguém precisa ser convidado para o show e o contato direto é enriquecedor", afirma Anatol Eremciuc, que nasceu na Moldávia e que toca acordeão nas estações de Barcelona. O músico mistura a música tradicional do Leste Europeu (seu país fica entre a Ucrânia e a Romênia) com ritmos do Ocidente.
Eis o desafio aos buskers, fazer a plateia parar. Os artistas que vêm de fora podem ajudar. Moscou manda o trio Bloody Red Sombreros, artistas performáticos que usam chapéus mexicanos e tocam rock e rythmn and blues pelas estações russas. Quantos eles ganham por performance? "US$ 0,00. Nós só tocamos por diversão." Como os russos reagem quando veem vocês? "Eles dizem: ‘Olha que legal, são sombreros! Ah não, são buskers. Não estou nem aí pra eles’", se auto-destroem as amigas Nadya Gritskevich, Dmitria Pitkina e Evegenia Petrova. De Nova York, além do Tribal Baroque, vem o duo de ragtime Xylopholks e o pianista e guitarrista Akil Bassan. A dupla de violonistas tangueiros Kutner e Koc chega de Paris. De Berlim virá o duo Mellow and Pyro, violão e baixo que fazem reggae e ska. O blues rock e o folk serão representados pelo londrino Lewis Floyd Henry, uma espécie de ‘one man band’, ou banda de um homem só.
Vadim Klokov é um russo que está no Brasil desde 1994 e que seria sucesso se só fosse contador da própria história. Ele é um dos representantes considerados ‘paulistanos’. Chegou a Belém direto de Moscou e ficou lá por 14 anos antes de chegar a São Paulo. Especializou-se em fagote e em um instrumento bíblico chamado duduk. "O duduk foi tocado por um filho de Noé no momento em que os animais começaram a entrar na arca." Vai vendo. Vadim diz ser o único tocador de duduk em toda a América Latina. Quem não quiser perder o trem, vai perder o som.
Eles também foram bukers
Blind Lemon Jefferson - Como muitos bluesmen americanos, Blind começou sua carreira tocando na rua nos anos 20. Fazia performances memoráveis em esquinas e calçadas de Dallas, sua cidade natal, e em Atlanta.
Simon & Garfunkel - No começo dos anos 60, a dupla deixou os Estados Unidos rumo à Inglaterra. Chegando lá, trabalhou como busker em locais públicos como o London's Leicester Square. "Eu amo este país," disse Garfunkel, ao lembrar de seus dias como músico de rua.
Stéphane Grappelli - O violinista de jazz francês, que tocou com Django Reinhardt em um dos primeiros grupos de cordas de jazz, passou a ser criado em orfanato logo depois da morte de sua mãe, quando ele só tinha 4 anos. Sua carreira começou como busker pelas ruas de Paris e Montmartre.
Neil Young - O trovador conhecido como um ‘folk-rock hero’ perambulou muito pelas ruas de Glasgow antes de tocar nos grandes teatros e consolidar sua carreira.
Leonard Cohen - O músico e poeta canadense começou sua carreira escrevendo versos e cantando pelas esquinas de Quebec. Aos 9 anos, perdeu o pai e foi abatido por uma depressão que o acompanha desde então.
Confira o perfil, de alguns músicos que vão tocar no Metrô Vila Madalena:
Ana Góes (sax) - Apesar de tocar sax há apenas 2 anos, Ana trará temas de Ray Charles e Greg Fishman. "Toquei uma vez na rua Unchained Melody e foi emocionante. As pessoas dançavam, um casal parou para se beijar".
Vibrafone Chorão - O trio faz um choro moderno, com vibrafone, violão de sete e bandolim. "Vamos mostrar músicas também do chorão Esmeraldino Sales", diz Ricardo Valverde, o vibrafonista.
Pedro Loop (guitarra) - Pedro vai trazer músicas próprias e temas de Luiz Gonzaga, Bob Marley e Jaco Pastorius. "Faço as músicas com gravações de base, chamadas loop"
Rafael Masgrau (guitarra) - Rafael vai chegar com mais peso. Seu forte são músicas do Led Zeppelin, The Doors, Deep Purple, Metallica e Pantera.
Vadim Klokov (fagote) - Vadim, russo radicado em São Paulo, vai tocar fagote e duduk e mostrar jazz e música clássica, além de sons eletrônicos
Programação
Alguns músicos de rua de São Paulo que estarão no festival (de 8 a 11 de novembro, das 11h às 13h e das 17 às 19h; na sexta, dia 12, jam session às 17h na estação Sé.) estações: Luz, Ana Rosa, Vila Madalena, Corinthians Itaquera, Tatuapé, Brás, Sé, Anhangabaú, República e Palmeiras-Barra Funda
(Estado)
SP terá 1.º Festival Internacional de Música no Metrô
Evento joga luz sobre classe ilegal por aqui, mas que lá fora já tem até nome: os buskers estão chegando
O alvo ali passa como um raio e cinco segundos é o tempo que se tem para acertá-lo, de preferência, no coração. Estação Vila Madalena do Metrô, 12h de uma quarta-feira. Um grupo tira suas armas do estojo e as empunha, bandolim, violão de sete cordas, saxofone e um ovinho de madeira usado de percussão. Samba de Verão, de Marcos Valle, sai rápido, certeiro, pega na veia. Um senhor calvo bem vestido pega sua máquina fotográfica. Filma, tira fotos, sorri e segue para o embarque. Martha Ferreira, uma estudante de jornalismo, duvida que muita gente pare. "A pessoa com pressa não vai parar." Se estavam com pressa, não se sabe, mas muita gente parou ali aos pés do grupo mesmo antes de chegar o refrão. Era só uma demonstração rápida, mas a missão estava cumprida.
A cena é rara em São Paulo. Músicos em metrô aqui, ao contrário do que ocorre em estações nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, só são permitidos em programas específicos. Assim, a notícia ganha mais força: entre os dias 8 e 12 de novembro, dez estações paulistanas serão palcos do I Festival Internacional de Músicos do Metrô. Além de artistas de São Paulo, virão nomes selecionados pela internet de outros oito países, acostumados a acertar uma plateia de passantes imprevisível. "Qualquer coisa afeta uma performance pública, tudo pode mudar ali na hora", diz a norte-americana Lila Angelique, parceira do instrumentista SK Toth no duo de violinos ‘performáticos’ Tribal Baroque, nome também do ritmo que eles criaram nas estações de Nova York e que trarão para São Paulo.
O pai da ideia é Marcelo Beraldo, 36 anos, produtor e empresário que viu a luz no fim de um túnel do metrô de Manhattan. "Foi lá, vendo aqueles buskers, que tive a ideia." Ao voltar ao Brasil, apresentou o projeto de um festival mundial ao Metrô de São Paulo e, mesmo sem ok, saiu por dez das maiores estações do mundo em busca de informação e histórias. "Eu filmava tudo e mandava o vídeo para o Metrô daqui." Ao final, conseguiu uma parceria com a empresa de energéticos Red Bull e a permissão da Companhia. Seu trunfo para fazer as plataformas paulistas virar palco foi saber tudo sobre uma modalidade de artista chamado lá fora de busker. A cada estação recebia uma aula.
O metrô de Londres foi inspirador em um projeto que ele desenvolve para profissionalizar os buskers em São Paulo. "Os caras lá vendem patrocínio do espaço em que os músicos se apresentam." Em Paris, Beraldo viu os buskers mais empreendedores do mundo. "Eles têm um cara só para vender CDs." Em Barcelona, conheceu a ferveção. "Há um festival só para os artistas da cidade." Seul foi a única da Ásia em que viu um programa para músicos de metrô. "Tinha até um grupo de capoeira." Na Cidade do México, filmou um rockabilly latino. "Eles não podem pedir dinheiro, mas o governo de lá paga o cachê." E no metrô de Tókio, que carrega o maior número de pessoas do Planeta, 8.695.890 por dia, Beraldo olhou para os corredores e não viu nada. "Eles não querem nem saber disso."
Azar dos japoneses, considerando-se os números. Madonna e Paul McCartney dariam a vida por um palco na plataforma da estação Corinthians-Itaquera. Só em São Paulo são 3,4 milhões de pessoas por dia, segundo a própria Companhia. O SWU, maior festival de música do país, recebeu em Itu 150 mil pessoas em três dias. Sobe um aqui, tira dois ali, a conta fecha assim: o músico que tocar um dia todo no metrô será visto por um público 20 vezes maior ao que esteve no SWU. Mais surreal ainda: a lotação do Morumbi, quando todas as áreas estão livres, é de 90 mil pessoas. A programação do festival será vista a cada dia por 40 Morumbis lotados. "Sozinho, em apenas um dia, o evento é maior do que os shows de Beyoncé, Lady Gaga, Madonna, U2, Rush, Black Eyed Peas, Police, Bon Jovi, Rolling Stones e mais de outras 30 atrações juntas", diz Beraldo. Claro, com a ressalva de que, no metrô, o povo passa, olha e, se não for gostar, adeus.
Anatol Eremciuc da Moldávia "Tocar no metrô é estar na vida real. Ninguém precisa ser convidado para o show e o contato direto é enriquecedor", afirma Anatol Eremciuc, que nasceu na Moldávia e que toca acordeão nas estações de Barcelona. O músico mistura a música tradicional do Leste Europeu (seu país fica entre a Ucrânia e a Romênia) com ritmos do Ocidente.
Eis o desafio aos buskers, fazer a plateia parar. Os artistas que vêm de fora podem ajudar. Moscou manda o trio Bloody Red Sombreros, artistas performáticos que usam chapéus mexicanos e tocam rock e rythmn and blues pelas estações russas. Quantos eles ganham por performance? "US$ 0,00. Nós só tocamos por diversão." Como os russos reagem quando veem vocês? "Eles dizem: ‘Olha que legal, são sombreros! Ah não, são buskers. Não estou nem aí pra eles’", se auto-destroem as amigas Nadya Gritskevich, Dmitria Pitkina e Evegenia Petrova. De Nova York, além do Tribal Baroque, vem o duo de ragtime Xylopholks e o pianista e guitarrista Akil Bassan. A dupla de violonistas tangueiros Kutner e Koc chega de Paris. De Berlim virá o duo Mellow and Pyro, violão e baixo que fazem reggae e ska. O blues rock e o folk serão representados pelo londrino Lewis Floyd Henry, uma espécie de ‘one man band’, ou banda de um homem só.
Vadim Klokov é um russo que está no Brasil desde 1994 e que seria sucesso se só fosse contador da própria história. Ele é um dos representantes considerados ‘paulistanos’. Chegou a Belém direto de Moscou e ficou lá por 14 anos antes de chegar a São Paulo. Especializou-se em fagote e em um instrumento bíblico chamado duduk. "O duduk foi tocado por um filho de Noé no momento em que os animais começaram a entrar na arca." Vai vendo. Vadim diz ser o único tocador de duduk em toda a América Latina. Quem não quiser perder o trem, vai perder o som.
Eles também foram bukers
Blind Lemon Jefferson - Como muitos bluesmen americanos, Blind começou sua carreira tocando na rua nos anos 20. Fazia performances memoráveis em esquinas e calçadas de Dallas, sua cidade natal, e em Atlanta.
Simon & Garfunkel - No começo dos anos 60, a dupla deixou os Estados Unidos rumo à Inglaterra. Chegando lá, trabalhou como busker em locais públicos como o London's Leicester Square. "Eu amo este país," disse Garfunkel, ao lembrar de seus dias como músico de rua.
Stéphane Grappelli - O violinista de jazz francês, que tocou com Django Reinhardt em um dos primeiros grupos de cordas de jazz, passou a ser criado em orfanato logo depois da morte de sua mãe, quando ele só tinha 4 anos. Sua carreira começou como busker pelas ruas de Paris e Montmartre.
Neil Young - O trovador conhecido como um ‘folk-rock hero’ perambulou muito pelas ruas de Glasgow antes de tocar nos grandes teatros e consolidar sua carreira.
Leonard Cohen - O músico e poeta canadense começou sua carreira escrevendo versos e cantando pelas esquinas de Quebec. Aos 9 anos, perdeu o pai e foi abatido por uma depressão que o acompanha desde então.
Confira o perfil, de alguns músicos que vão tocar no Metrô Vila Madalena:
Ana Góes (sax) - Apesar de tocar sax há apenas 2 anos, Ana trará temas de Ray Charles e Greg Fishman. "Toquei uma vez na rua Unchained Melody e foi emocionante. As pessoas dançavam, um casal parou para se beijar".
Vibrafone Chorão - O trio faz um choro moderno, com vibrafone, violão de sete e bandolim. "Vamos mostrar músicas também do chorão Esmeraldino Sales", diz Ricardo Valverde, o vibrafonista.
Pedro Loop (guitarra) - Pedro vai trazer músicas próprias e temas de Luiz Gonzaga, Bob Marley e Jaco Pastorius. "Faço as músicas com gravações de base, chamadas loop"
Rafael Masgrau (guitarra) - Rafael vai chegar com mais peso. Seu forte são músicas do Led Zeppelin, The Doors, Deep Purple, Metallica e Pantera.
Vadim Klokov (fagote) - Vadim, russo radicado em São Paulo, vai tocar fagote e duduk e mostrar jazz e música clássica, além de sons eletrônicos
Programação
Alguns músicos de rua de São Paulo que estarão no festival (de 8 a 11 de novembro, das 11h às 13h e das 17 às 19h; na sexta, dia 12, jam session às 17h na estação Sé.) estações: Luz, Ana Rosa, Vila Madalena, Corinthians Itaquera, Tatuapé, Brás, Sé, Anhangabaú, República e Palmeiras-Barra Funda
(Estado)
terça-feira, 2 de novembro de 2010
34ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA / IMPRENSA OFICIAL
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