"Não há bons ou maus combates, existe somente o horror ao sofrimento aplicado aos mais fracos, que não podem se defender."

(Brigitte Bardot)

segunda-feira, 31 de maio de 2010

O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica.

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"Outrora, os melhores pensavam pelos idiotas; hoje, os idiotas pensam pelos melhores. Criou-se uma situação realmente trágica: — ou o sujeito se submete ao idiota ou o idiota o extermina."

Nelson Rodrigues


O idiota

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Anjos de cara suja (Angels with dirty faces, EUA, 1938), de Michael Curtiz, é um dos filmes marcantes da minha juventude. Eu o assisti no cineclube da faculdade, início dos anos 80, o professor de cinema comentando depois (onde estão os cineclubes de faculdades?). James Cagney interpreta um gangster de bairro, esses bandidos que dominam a vizinhança, transformam-se em protetores dos pobres e mais fracos e acabam caindo nas graças do público. Ele é ídolo de um grupo de jovens delinqüentes que sonham em seguir os seus passos. Pat O’Brien, seu amigo de infância, é o padre do bairro. O filme exemplifica uma história contada pelo diretor Martin Scorsese que já disse em entrevistas que no bairro onde nasceu ou você se torna bandido ou padre.

Na forte sequência final, James Cagney está no corredor da morte, há poucos minutos da execução. Os jovens delinqüentes estão presentes para ver a despedida heróica de seu ídolo. O padre tenta convencer o amigo a demonstrar medo diante da morte, a implorar por perdão, a chorar, uma forma de mostrar aos jovens que ele não é tudo aquilo que pensavam, uma forma de deixar para os jovens a suprema humilhação dos criminosos no final. A dúvida é: na hora da execução, o bandido interpreta ou realmente sente todo aquele medo?

Em A troca (Changeling, EUA, 2008), de Clint Eastwood, há também uma brutal e chocante cena de execução. Antes de ser enforcado, o assassino das crianças fica aterrorizado e o público pode ver e sentir a crueldade de um homem sendo oficialmente assassinado, pagando pelos seus crimes diante de uma platéia incrédula, sem reação diante de outro crime.

O escritor russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881) foi julgado e condenado a morte por subversão política quando tinha 27 anos de idade. Dostoiévski já estava com as vendas nos olhos, esperando o fuzilamento quando chegou a notícia que sua vida fora poupada pelo czar e a pena transformada em cinco anos de trabalhos forçados na Sibéria. Ele escreveu ao irmão:

“Hoje, 22 de dezembro, fomos levados à praça de armas do regimento Semeónovski. Ali foi lida para todos nós a sentença de morte, deram-nos a cruz para beijar… e prepararam nossos trajes para a morte (camisões brancos). Em seguida prenderam três aos postes para a execução da sentença. Chamavam de três em três, portanto eu estava na segunda fila e não me restava mais de um minuto de vida. Eu me lembrei de ti, meu irmão, de todos nós três; no último minuto tu, só tu estavas em minha mente, e só então fiquei sabendo como te amo, meu irmão querido!”

Dostoiévski traduziu em um de seus romances mais famosos, O idiota, parte deste sentimento diante da morte anunciada. Em passagens do romance, o Príncipe Michkin, personagem principal da obra, o idiota do título, narra sua experiência ao assistir a uma execução na França. A forma é a tradicional guilhotina e um ouvinte comenta que “ainda bem que o sofrimento é pouco …. depois que cortam a cabeça.” Dostoiévski usa então seu personagem para refletir sobre o que só ele, um homem a minutos de ser fuzilado, pode sentir. Deixa claro também sua opinião sobre a pena de morte:

“Sabe de uma coisa? – secundou o príncipe com ardor. – Essa mesma observação que o senhor fez todo mundo faz, e a máquina, a guilhotina, foi inventada com esse fim. Mas naquela ocasião me ocorreu uma idéia: e se isso for ainda pior? O senhor acha isso engraçado, isso lhe parece um horror, e no entanto sob um certo tipo de imaginação, até um pensamento como esse pode vir à cabeça. Reflita, por exemplo, se há tortura; neste caso há sofrimento e ferimentos, suplício físico e, portanto, tudo isso desvia do sofrimento moral, de tal forma que você só se atormenta com os ferimentos, até a hora da morte. E todavia a dor principal, a mais forte, pode não estar nos ferimentos e sim, veja, em você saber, com certeza, que dentro de uma hora, depois dentro de dez minutos, depois dentro de meio minuto, depois agora, neste instante – a alma irá voar do corpo, que você não vai mais ser uma pessoa, e que isso já é certeza; e o principal é essa certeza. Eis que você põe a cabeça debaixo da própria lâmina e a ouve deslizar sobre sua cabeça, pois esse quarto de segundo é o mais terrível de tudo. O senhor sabe que isso não é fantasia minha, que muitas pessoas disseram isso? Eu acredito tanto nisso que lhe digo francamente qual é minha opinião. Matar por matar é um castigo desproporcionalmente maior que o próprio crime. A morte por sentença é desproporcionalmente mais terrível que a morte cometida por bandidos. Aquele que os bandidos matam, que é esfaqueado à noite, em um bosque, ou de um jeito qualquer, ainda espera sem falta que se salvará, até o último instante. Há exemplos de que uma pessoa está com a garganta cortada, mas ainda tem esperança, ou foge, ou pede ajuda. Mas, no caso de que estou falando, essa última esperança, com a qual é dez mais fácil morrer, é abolida com certeza; aqui existe a sentença, e no fato de que, com certeza, não se vai fugir a ela, reside todo o terrível suplício, e mais forte do que esse suplício não existe nada no mundo. Traga um soldado, coloque-o diante de um canhão em uma batalha e atire nele, ele ainda vai continuar tendo esperança, mas leia para esse mesmo soldado uma sentença como certeza, e ele vai enlouquecer ou começar a chorar. Quem disse que a natureza humana é capaz de suportar isso sem enlouquecer? Para quê esse ultraje hediondo, desnecessário, inútil? Pode ser que exista um homem a quem leram uma sentença, deixaram que sofresse, e depois disseram: ‘Vai embora, foste perdoado’. Pois bem, esse homem talvez conseguisse contar. Até Cristo falou desse tormento e desse pavor. Não, não se pode fazer isso com o homem!”

(rbmayrink)

DEZ PEDIDOS DE UM CÃO AO SEU DONO

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1 - Minha vida dura apenas uma parte da sua, e qualquer separação de você significa um sofrimento muito grande pra mim. Pense nisso antes de me adotar...

2 - Tenha paciência e me dê um tempo para que eu possa compreender o que você espera de mim. Você também nem sempre entende imediatamente as coisas...

3 - Deposite sua confiança em mim. Pois eu vivo disso e vou sempre lhe ser Fiel...

4 - Nunca guarde rancor de mim. Se eu fizer algo que não lhe agrade, não me bata, não me prenda. Fale comigo! Você tem outros amigos além de mim, seu lazer, seu trabalho, sua família...Mas eu só tenho você!...

5 - Converse comigo. Me dê atenção e carinho. Eu não entendo todas as suas palavras, mas me faz bem ouvir sua voz falando só pra mim....

6 - Preste muita atenção como você, seus amigos e suas visitas me tratam. Eu jamais esqueço...

7 - Também pense, quando você quiser me bater...Eu poderia facilmente morder a mão que me agride e machuca, mas por te amar e respeitar não faço isso...

8 - Se alguma vez você não estiver satisfeito comigo, porque estou de mau-humor, preguiçoso ou desobediente, pense que talvez a minha comida não esteja me fazendo bem, ou que eu esteja muito exposto ao Sol, ou que meu coração esteja um pouco cansado e fraco...

9 - Por favor, tenha compreensão comigo...Quando eu envelhecer não pense em me abandonar para para adotar um cãozinho mais novo e bonitinho. Você também vai envelhecer...

10 - Quando chegar meu último e mais difícil momento, fique comigo. Não diga: "Não posso ver isso". Com sua presença tudo ficará mais fácil para mim. A fidelidade de minha vida deveria compensar este momento de dor...

domingo, 30 de maio de 2010

Quando a inteligência atrapalha

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Se você nunca quis ser menos consciente do que estava acontecendo a sua volta, então o que danado você está fazendo aqui? Pare com essa leitura, saia daqui, vá procurar fotos dos seus amiguinhos no Bob Flash. Nada aqui te interessa. Tchau. Esse texto é pra quem não consegue se divertir no cinema domingo à noite, comendo um balde de pipoca e Coca-Cola a 12 reais. Xô.

Pronto, agora que nos livramos deles, podemos começar. Se existe solução pacífica para quem vive nesse mundo e prestou atenção a disciplinas consideradas inúteis, como Sociologia, Teoria da Comunicação e Filosofia; então essa alternativa é o humor. Foi através dele que o francês Martin Page escreveu o romance Como me tornei estúpido.

Num tom de brincadeira, o autor conta a trajetória de Antoine, um intelectual com bacharelado em biologia, mestre em aramaico e em cinema de Sam Peckinpah e Frank Capra, que culpa o excesso de consciência para sua inadequação ao mundo. Antoine é um extremista, segue a risca seus princípios, levando-o às últimas conseqüências. Coloca defeito em tudo, não compra roupas da Nike (por serem fruto da exploração de trabalho infantil na Ásia) e mantém listas com nomes de empresas que investem em países não democráticos ou em atividades eticamente questionáveis.

Já não suportando seu próprio senso crítico, que não lhe permite se misturar ao mundo, Antoine enxerga na bebida a saída para se tornar alguém normal. Pesquisa em livros, estuda sobre o assunto, arruma até um professor, mas acaba em coma após o primeiro gole de cerveja, por possuir uma hipersensibilidade ao álcool. Depois freqüenta uma escola para suicidas e tenta, em vão, convencer seu pediatra de como uma cirurgia de lobotomia poderia resolver seu problema. Consegue, porém, um tratamento a base de pílulas milagrosas chamadas Felizac. Através delas, Antoine passa a fazer parte do reconfortante mundo de McDonald’s e eletrodomésticos, renova seu guarda-roupa, entra numa academia de ginástica e começa a trabalhar numa corretora.

Cheio de situações absurdas e frases de impacto, Como me tornei estúpido faz uma crítica bem humorada da lógica que rege o nosso mundo. Martin Page traduz de maneira despretensiosa, o sentimento de inconformismo e impotência daqueles que retornaram à caverna de Platão para falar aos outros prisioneiros sobre a Escola de Frankfurt, Indústria Cultural e Adorno.

É bem verdade que o livro de Martin Page está mais voltado para o entretenimento do que para a crítica, que a idéia não tem nada de original e que Memórias do Subsolo de Dostoiévski aborda o mesmo tema de forma muito mais ácida, densa, cínica e profunda; mas ainda assim, Como me tornei estúpido continua sendo uma boa leitura de fim de semana, para aqueles que não querem ser chatos em tempo integral. (Thiago Corrêa)

Como me tornei estúpido

“Eu não quero ter força para ser eu, nem coragem nem cobiça de ter algo parecido com uma personalidade. Uma personalidade é um luxo que me custa muito caro. Quero ser um espectro banal. Estou sufocado pela minha liberdade de pensamento, por todos os meus conhecimentos, pela minha abominável consciência!”

(Martin Page)

sábado, 29 de maio de 2010

Não acredite em tudo o que vc pensa

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Quantas vezes somos traídos por nossos próprios pensamentos e induzidos a ações equivocadas?

6 erros básicos que fazemos ao pensar.

Erro 1:
Nós preferimos histórias a estatísticas. Mesmo uma má história é preferida em relação a uma boa estatística, isso não é de espantar. Somos animais sociais, assim qualquer coisa que pareça nos conectar uns aos outros terá maior impacto do que números frios, impessoais. Isso nos leva a tomar decisões baseadas em uma única história, que pode não ser representativa de tendências predominantes e ao mesmo tempo ignorando as estatísticas que nos informam sobre aquelas tendências.

Erro 2:
Nós buscamos confirmar e não questionar nossas idéias. Todos querem estar certos, ninguém quer estar errado. Essa pode ser a razão principal por trás do fato de que quando as pessoas olham diante de si uma evidência neutra, eles quase invariavelmente focam naquilo que parece confirmar o que já acreditavam e ao mesmo tempo ignoram o que pode ir contra suas crenças.

Erro 3:
Raramente levamos em consideração o papel do acaso e da coincidência na formação de eventos. É possível que uma pessoa selecionada ao acaso não tenha a menor idéia como as improbabilidades, o acaso e a aleatoriedade afetam suas vidas. As pessoas pensam que eventos improváveis são bem prováveis enquanto os prováveis são improváveis. Por exemplo; as pessoas se esquecem quão grande são os números à sua volta- um evento com uma probabilidade de 1:milhão de ocorrer ocorrerá se houver 1 milhão de tentativas. Em uma cidade como Nova Iorque p.ex. isso significa que vários eventos desse tipo podem ocorrer todo dia.

Erro 4:
Nós, de vez em quando, percebemos erroneamente o mundo à nossa volta. Simplesmente não percebemos coisas acontecendo à nossa volta com a precisão que achamos ou que gostaríamos de ter. Vemos coisas que na verdade não estão lá e falhamos em ver coisas que estão. E até pior, nosso nível de confiança naquilo que percebemos não é uma indicação válida de quão certos possamos estar.

Erro 5:
Tendemos a simplificar demais nossas idéias. A realidade é muito mais complicada do que pensamos. Na verdade, é mais complicada do que nossa capacidade de nos relacionarmos com ela - toda análise que fazemos sobre o que ocorre à nossa volta deve eliminar uma série de fatores. Se não simplificamos, não chegamos a lugar nenhum em nossas análises; infelizmente, com freqüência simplificamos demais e assim deixamos de considerar coisas que deveriam ser levadas em conta.

Erro 6:
Nossa memória é com freqüência imprecisa. Para ser justo, isso não é um erro porque não podemos fazer nada pelo fato de nossa memória não ser confiável. O verdadeiro erro esta em não atentar para isso, não compreender os caminhos que levam nossa memória a se enganar, e assim falhar em fazer o que pudermos para compensar esse fato.

Esses não são os únicos erros que as pessoas cometem, mas se vc se habituar a levar em consideração e evitar esses erros, você estará à frente da maioria e terá mais sucesso do que tinha antes. Entretanto, você não pode focar apenas esses erros. Em vez disso vc deve ter em mente que o objetivo é tornar-se mais cético e crítico no seu modo de pensar e dessa forma distinguir com mais consistência as coisas mais prováveis de serem verdadeiras em relação àquelas que simplesmente não merecem gastarmos nosso tempo.

Thomas Kida

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Também somos ricos das nossas misérias

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O que me comove tanto neste principezinho adormecido é a sua fidelidade a uma flor, é a imagem de uma rosa que, mesmo quando ele dorme, brilha lá dentro como a chama de uma vela.

A perfeição se consegue no fim, não quando não há nada que agregar, mas sim quando já não há nada o que obter

O progresso do homem não é mais do que uma descoberta gradual de que as suas perguntas não têm significado

O que nos salva é dar um passo e outro ainda.

É o espírito que conduz o mundo e não a inteligência

A verdade não é, de modo algum, aquilo que se demonstra, mas aquilo que se simplifica.

O Homem distingui-se dos homens. Nada se diz de essencial acerca da catedral se apenas falarmos das pedras. Nada se diz de essencial a respeito do Homem se procurarmos defini-lo pelas qualidades humanas.

A ordem não cria a vida

Não importa que o amor que alguém nutre por ti seja um amor inútil. Desde que tu lhe correspondas, caminharás na luz.

O que conduz o mundo é o espírito e não a inteligência.

Na vida, não existem soluções. Existem forças em marcha: é preciso criá-las e, então, a elas seguem-se as soluções

Não há uma fatalidade exterior. Mas existe uma fatalidade interior: há sempre um minuto em que nos descobrimos vulneráveis; então, os erros atraem-nos como uma vertigem

A grandeza de uma profissão é talvez, antes de tudo, unir os homens: não há senão um verdadeiro luxo e esse é o das relações humanas

Sacrifício não significa nem amputação nem penitência. Ele é uma oferta de nós próprios ao Ser a que recorremos

Ser homem é ser responsável. É sentir que colabora na construção do mundo

Ninguém se pode sentir, ao mesmo tempo, responsável e desprezado

Os ritos são no tempo o mesmo que o domicílio é no espaço

Se a vida não tem preço, nós comportamo-nos sempre como se alguma coisa ultrapassasse, em valor, a vida humana... Mas o quê?

Antoine Jean Baptiste Marie Roger Foscolombe de Saint-Exupéry


"Seja corajoso, você não pode saltar um abismo com dois pulos."
David Lloyd George

"Aquele que não se recorda do passado está condenado a repeti-lo"
George Santayana

terça-feira, 25 de maio de 2010

VAMPIROS EXISTEM

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Eu não acredito em gnomos ou duendes, mas vampiros existem. Fique ligado, eles podem estar numa sala de bate-papo virtual, no balcão de um bar, no estacionamento de um shopping. Vampiros e vampiras aproximam-se com uma conversa fiada, pedem seu telefone, ligam no outro dia, convidam para um cinema. Quando você menos espera, está entregando a eles seu rico pescocinho e mais. Este "mais" você vai acabar descobrindo o que é com o tempo.

Vampiros tratam você muito bem, têm muita cultura, presença de espírito e conhecimento da vida. Você fica certo que conheceu uma pessoa especial. Custa a se dar conta de que eles são vampiros, parecem gente. Até que começam a sugar você. Sugam todinho o seu amor, sugam sua confiança, sugam sua tolerância, sugam sua fé, sugam seu tempo, sugam suas ilusões. Vampiros deixam você murchinha, chupam até a última gota. Um belo dia você descobre que nunca recebeu nada em troca, que amou pelos dois, que foi sempre um ombro amigo, que sempre esteve à disposição, e sofreu tão solitariamente que hoje se encontra aí, mais carniça do que carne.

Esta é uma historinha de terror que se repete ano após ano, por séculos. Relações vampirescas: o morcegão surge com uma carinha de fome e cansaço, como se não tivesse dormido a noite toda, e você se oferece para uma conversa, um abraço, uma força. Aí ele se revitaliza e bate as asinhas. Acontece em São Paulo, Manaus, Recife, Florianópolis, em todo lugar, não só na Transilvânia. E ocorre também entre amigos, entre colegas de trabalho, entre familiares, não só nas relações de amor.

Doe sangue para hospitais. Dê seu sangue por um projeto de vida, por um sonho. Mas não doe para aqueles que sempre, sempre, sempre vão lhe pedir mais e lhe retribuir jamais.

Martha Medeiros

sábado, 22 de maio de 2010

É apenas um cão!

De vez em quando escuto alguém me dizer: Pára com isso!

É apenas um cão!

Ou então: - Mas é muito dinheiro para se gastar com ele!

É apenas um cão.

Essas pessoas não sabem do caminho percorrido, do tempo gasto ou dos custos que significam "apenas um cão".

Muitos dos meus melhores momentos me foram trazidos por "apenas um cão".

Por muitas horas em minha vida, minha única companhia tem sido "apenas um cão", e eu não me sinto desprezado.

Muitas de minhas tristezas foram amenizadas por "apenas um cão".

E naqueles dias sombrios, o toque gentil de "apenas um cão” me deu conforto e motivo para seguir em frente.

Se você também é daqueles que pensam que ele é "apenas um cão", com certeza deve entender bem expressões como:

"apenas um amigo",

"apenas um nascer de sol",

"apenas uma promessa"...

"Apenas um cão" deu à minha vida a verdadeira essência da amizade, da confiança, da pura e irrestrita felicidade.

"Apenas um cão" faz aflorar a compaixão e a paciência que fazem de mim uma pessoa melhor.

Por causa de "apenas um cão" eu me levanto cedo, faço caminhadas e olho com mais amor para o futuro.

Porque pra mim - e para pessoas como eu - não se trata de "apenas um cão", mas da incorporação de todos os sonhos e esperanças do futuro, das lembranças afetuosas do passado, da pura felicidade do momento presente.

"Apenas um cão" faz brotar o que há de bom em mim e dissolve meus pensamentos e as preocupações do meu dia.

Eu espero que algum dia algumas pessoas entendam que não é "apenas um cão", mas é aquilo que me torna mais humano e me permite não ser "apenas um homem".

Então, da próxima vez em que você escutar a frase:

"É apenas um cão",

apenas sorria para essas pessoas porque elas apenas não entendem.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Aquecimento Global - Consumo de Carne

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Centro Cultural Vrinda

Rua Muniz de Souza, 774 Liberdade - SP
Próximo ao metro Paraiso e Ana Rosa

21/5 sexta feira, 19h

Oficina de automatismo psiquico
Alimentação Vegana - Vegetariana
A Vida Fora de Controle (Koyaanisqatsi)

terça-feira, 18 de maio de 2010

ABUSO SEXUAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE " DISQUE 100 "

A CADA 15 SEGUNDOS UMA CRIANÇA É ABUSADA NO BRASIL, 80% DOS CASOS DE ABUSO SÃO INTRA FAMILIAR, 4338 DENÚNCIAS DE ABUSO SEXUAL INFANTIL SÓ EM JANEIRO DE 2010

MARCHA CONTRA O ABUSO SEXUAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – 2010

O dia 18 de maio é o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A Marcha contra o abuso sexual da criança e do adolescente surgiu com o intuito de mobilizar as próprias crianças e adolescentes, além da sociedade e o governo como um todo, a combater essa forma cruel de violação de direitos de meninas, meninos e jovens brasileiros. De acordo com dados nacionais a cada minuto 4 crianças sofrem algum tipo de abuso sexual.



ABUSO SEXUAL INFANTIL: O QUE FAZER E AS SEQUELAS

O QUE FAZER

Uma falsa crença é esperar que a criança abusada avise sempre sobre o que está acontecendo. Entretanto, na grande maioria das vezes, as vítimas de abuso são convencidas pelo abusador de que não devem dizer nada a ninguém. A primeira intenção da criança é, de fato, avisar a alguém sobre seu drama mas, em geral, nem sempre ela consegue fazer isso com facilidade, apresentando um discurso confuso e incompleto. Por isso os pais precisam estar conscientes de que as mudanças na conduta, no humor e nas atitudes da criança podem indicar que ela é vítima de abuso sexual.

Muitos pais se sentem totalmente despreparados e pegos de surpresa quando sua criança é abusada, mas sempre devemos ter em mente que as reações emocionais da família serão muito importante na recuperação da criança.

Quando uma criança confia a um adulto que sofreu abuso sexual, o adulto pode sentir-se muito incomodado e não saber o que dizer ou fazer.

1. Incentivar a criança a falar livremente o que se passou, sem externar comentários de juízo.

2. Demonstrar que estamos compreendendo a angústia da criança e levando muito a sério o que esta dizendo. As crianças e adolescentes que encontram quem os escuta com atenção e compreensão, reagem melhor do que aquelas que não encontram esse tipo de apoio.

3. Assegurar à criança que fez muito bem em contar o ocorrido pois, se ela tiver uma relação muito próxima com quem a abusa, normalmente se sentirá culpada por revelar o segredo ou com muito medo de que sua família a castigue por divulgar o fato.

4. Dizer enfaticamente à criança que ela não tem culpa pelo abuso sexual. A maioria das crianças vítimas de abuso pensa que elas foram a causa do ocorrido ou podem imaginar que isso é um castigo por alguma coisa má que tenham feito.

Finalmente, oferecer proteção à criança, e prometer que fará de imediato tudo o que for necessário para que o abuso termine.

No momento em que esse incidente vem à tona, devemos considerar que o bem estar da criança é a prioridade. Se os familiares estão emocionalmente muito perturbados nesse momento, o assunto deve ser interrompido para que as emoções e idéias possam ser mais bem organizadas. Depois disso, deve-se voltar a tratar do assunto com a criança, explicando sempre que as emoções negativas são dirigidas ao agressor e nunca contra a criança.

Não devemos apressar insensivelmente a criança para relatar tudo de uma só vez, principalmente se ela estiver muito emocionada. Mas, por outro lado, devemos encorajá-la a falar com liberdade tudo o que tenha acontecido, escutando-a carinhosamente para que se sinta confiante. Responda a qualquer pergunta que a esteja angustiando e esclareça qualquer mal entendido, enfatizando sempre que é o abusador e não a criança o responsável por tudo.

Se o abusador é um familiar a situação é bastante difícil para a criança e para demais membros da família. Embora possam existir fortes conflitos e sentimentos sobre o abusador, a proteção da criança deve continuar sendo a prioridade. Abaixo, algumas condutas que devem ser pensadas nos casos de violência sexual contra crianças.

1. Informe as autoridades qualquer suspeita séria de abuso sexual.

2. Consultar imediatamente um pediatra ou médico de família para atestar a veracidade da agressão (quando houver sido concretizada). O exame médico pode avaliar as condições físicas e emocionais da criança e indicar um tratamento adequado.

3. A criança abusada sexualmente deve submeter-se a uma avaliação psiquiátrica por ou outro profissional de saúde mental qualificado, para determinar os efeitos emocionais da agressão sexual, bem como avaliar a necessidade de ajuda profissional para superar o trauma do abuso.

4. Ainda que a maior parte das acusações de abuso sejam verdadeiras, pode haver falsas acusações em casos de disputas sobre a custódia infantil ou em outras situações familiares complicadas.

5. Quando a criança tem que testemunhar sobre a identidade de seu agressor, deve-se preferir métodos indiretos e especiais sempre que possível, tais como o uso de vídeo, afastamento de expectadores dispensáveis ou qualquer outra opção de não ter que encarar o acusado.

6. Quando a criança faz uma confidência a alguém sobre abuso sexual, é importante dar-lhe apoio e carinho; este é o primeiro passo para ajudar no restabelecimento de sua autoconfiança, na confiança nos outros adultos e na melhoria de sua auto-estima.

7. Normalmente, devido ao grande incômodo emocional que os pais experimentam quando ficam sabendo do abuso sexual em seus filhos, estes podem pensar, erroneamente, que a raiva é contra eles. Por isso, deve ficar muito claro que a raiva manifestada não é contra a criança abusada.

SEQUELAS

Felizmente, os danos físicos permanentes como conseqüência do abuso sexual são muito raros. A recuperação emocional dependerá, em grande parte, da resposta familiar ao incidente. As reações das crianças ao abuso sexual diferem com a idade e com a personalidade de cada uma, bem como com a natureza da agressão sofrida. Um fato curioso é que, algumas (raras) vezes, as crianças não são tão perturbadas por situações que parecem muito sérias para seus pais.

O período de readaptação depois do abuso pode ser difícil para os pais e para a criança. Muitos jovens abusados continuam atemorizados e perturbados por várias semanas, podendo ter dificuldades para comer e dormir, sentindo ansiedade e evitando voltar à escola.

As principais seqüelas do abuso sexual são de ordem psíquica, sendo um relevante fator na história da vida emocional de homens e mulheres com problemas conjugais, psicossociais e transtornos psiquiátricos.

Antecedentes de abuso sexual na infância estão fortemente relacionados a comportamento sexual inapropriado para idade e nível de desenvolvimento, quando comparado com a média das crianças e adolescentes da mesma faixa etária e do mesmo meio sócio-cultural sem história de abuso.

Em nível de traços no desenvolvimento da personalidade, o abuso sexual infantil pode estar relacionado a futuros sentimentos de traição, desconfiança, hostilidade e dificuldades nos relacionamentos, sensação de vergonha, culpa e auto-desvalorização, à baixa autoestima à distorção da imagem corporal, Transtorno Borderline de Personalidade e Transtorno de Conduta.

Em relação a quadros psiquiátricos francos, o abuso sexual infantil se relaciona com o Transtorno do Estresse Pós-traumático, com a depressão, disfunções sexuais (aversão a sexo), quadros dissociativos ou conversivos (histéricos), dificuldade de aprendizagem, transtornos do sono (insônia, medo de dormir), da alimentação, como por exemplo, obesidade, anorexia e bulimia, ansiedade e fobias.

Retirado do site: www.estaacontecendoagora.com

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segunda-feira, 17 de maio de 2010

CRIANÇAS NIGERIANAS

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(O absurdo que não acaba)

Pastores de igrejas evangélicas na Nigéria estão acusando crianças de serem bruxas, levando ao abuso e a crueldade indiscritíveis a crianças inocentes.

Elas estão sendo abandonadas pelos pais para morrerem, isso quando não são mortas, espancadas, queimadas, envenenadas, enterradas vivas, amarradas a árvores, entre outras crueldades.

Estima-se que cerca de 5.000 crianças foram abandonadas desde 1998, e que de cada 5 crianças abandonadas, uma acaba morrendo, e as que sobrevivem ficam em estado de choque.

Os pastores fazem parte das igrejas evangélicas “Assembléia do Novo Testamento”, “Igreja de Deus das Missões”, “Evangelho Monte Sião”, “Glória de Deus”, “Irmandade da Cruz”, “Liberdade do Evangelho”, entre muitas outras.

São os pastores que dizem que as crianças estão enfeitiçadas, e eles prometem fazer um exorcismo para curar as bruxas mediante pagamento, que pode custar 3 a 4 meses de trabalho.

Com a grande maioria das pessoas não podem pagar, elas abandonam as crianças, ou utilizam outros métodos para tentar “curá-las”.



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